Por exemplo, os lobos possuem uma organização social muito bem definida e organizada hierarquicamente, onde existe um casal alfa que se reproduz, e onde os outros membros também possuem posições bem definidas.
Já na matilha dos cães, esta hierarquia não é tão rígida. O grupo social dos cães possui um líder, membro que é seguido pelos outros integrantes do grupo. Este, diferentemente do conceito de animal dominante, não precisa agir agressivamente para obter seguidores. Um líder é, invariavelmente, um indivíduo respeitado, que se torna referência de sobrevivência para os outros indivíduos.
Nós, seres humanos, temos um modo específico de enquadrar os cães em nossas vidas. Mas como será que nós nos enquadramos no mundo dos cães? Como será que nossos companheiros nos enxergam?
O cérebro do cão é programado para pensar como um cão. Isto significa que eles nos consideram nada mais nada menos do que um membro de sua matilha. Mas a posição que ocupamos neste grupo pode variar. Por exemplo, aquele cão extremamente mimado, que consegue tudo o que deseja na hora que quer, acredita com toda a certeza que é o líder de sua matilha.
Entretanto, a dinâmica das interações pode ser muito mais complexa do que isto. Os limites ensinados por nós aos filhotes, por exemplo, são ótimos exercícios de nossa liderança. E, mesmo que nosso cãozinho nos desobedeça às vezes quando pedimos para ele voltar no parque, ou que ele corra atrás de uma fêmea no cio, ou que roube comida da mesa quando não estamos olhando, não significa necessariamente que ele acredita que esteja nos liderando. Está apenas usando estratégias que são muito comuns na natureza: as estratégias oportunistas.
O conceito de liderança/dominância ainda produz muitas discussões entre comportamentalistas e veterinários. Um documento recentemente publicado pela AVSAB – Sociedade Americana Veterinária de Comportamento Animal (American Veterinarian Society of Animal Behaviour), chamado Dominance Statement define a dominância como "a relação entre dois indivíduos animais que é estabelecida pela força/agressão e submissão, para determinar quem terá o acesso prioritário a múltiplas fontes, como alimento, áreas de descanso ou parceiros".
A AVSAB se preocupa com a utilização da teoria da dominância canina na correção de problemas comportamentais. Isto vem do fato de que alguns treinamentos caninos tradicionais são baseados na idéia de que os cães se comportam mal primariamente porque estão lutando por posições mais altas na hierarquia, e que a força e a coesão são necessárias para a modificação dos comportamentos.
O documento enfatiza que, na verdade, a maior parte dos problemas comportamentais são resultados puramente do reforço dos comportamentos indesejados por parte dos donos. Isto significa que, mais do que uma disputa hierárquica, o cão é condicionado a praticar atos que nos desagradam, simplesmente por ser uma das formas que aprenderam para conseguirem o que desejam, e não foram ensinados a agir de outra forma.
Portanto, para firmar nossa posição de líder, devemos agir com equilíbrio: não devemos ser agressivos nem tampouco permissivos demais. Devemos agir com firmeza na implantação de limites e correção de maus-comportamentos, sem nos tornarmos dominadores. E, mais do que tudo, devemos ensiná-los. Reforçar bons comportamentos é a chave para exercer uma liderança motivadora para seu cão.
Ensinamos você, a ser o líder da matilha.
Ubiratan Junior
biradogwalker@gmail.com
(61) 8177 8792 / (61) 9619-8445
Atendemos todo o Plano Piloto, Lago Sul e Norte
Brasília, DF.
